Como fazer e quais itens considerar
A decisão de como será gasto o dinheiro arrecadado no ano deveria chamar muitos condôminos à assembleia. Porém sabemos que um assunto tão delicado mereceria muito mais a atenção dos moradores.
A boa previsão orçamentária deve ser feita com base nos gastos do ano anterior e deve levar em conta itens como: inflação do período, inadimplência do condomínio, dissídio dos funcionários, férias e décimo terceiro, e contratos a serem negociados. Além disso tudo, também deve permitir uma folguinha, para que o pagamento das contas não fique apertado.
Para tanto, vale fazer uma conta simples, levando em conta todos os meses do ano, o gasto com cada item do orçamento, como água, luz, manutenção dos aparelhos, gastos com funcionários, etc. Somam-se esses valores e divide-se por doze. Daí há um cálculo do peso de cada na soma geral do mês.
E mesmo com a inflação, é possível melhorar os serviços prestados pelo condomínio sem aumentar muito a taxa mensal. A adequação do quadro da mão de obra do empreendimento às necessidades do local, por exemplo, podem gerar bastante economia, caso haja excesso de horas extras, ou de funcionários com acúmulo de função. Para fazer esse cálculo, vale a pena conversar com uma empresa de gestão de funcionários, ou até com a sua administradora, caso haja. Dessa forma, um dos maiores gastos do condomínio – a mão de obra – que pode chegar a até 60% do custo total, se encolhe, dando espaço a outros gastos necessários.
Também pode ajudar no momento de se fazer uma boa previsão orçamentária a readequação dos contratos para o período. Faça uma pesquisa de preços com outras empresas para saber se o cobrado está dentro do mercado. Pense também se vale a pena ficar com um contrato mais barato, mas que não inclui peças – que geralmente são um pouco mais caros, mas também têm sua vantagem, principalmente em prédios mais antigos.
Outro cálculo a ser incluído é o das melhorias que o empreendimento precisa. Seja uma limpeza da fachada, impermeabilização da laje ou uma troca de fiação, é muito importante que esse tipo de gasto já esteja acomodado na previsão orçamentária para o próximo ano. Portanto, vale saber o tamanho do investimento antes de fazer a previsão. Dessa forma, evita-se o desgaste de haver a necessidade de rateios extras, o que nunca é bem visto pelos moradores.
O nível de inadimplência também deve ser levado em conta, evitando assim que a previsão fique extremamente justa – e também leve a necessidade de rateios extras. Para reaver esse dinheiro atrasado, os especialistas são taxativos: primeiro um acordo e, então, ação judicial.
Dicas
- Fatores como a sazonalidade dos gastos são importantes. O consumo de água, por exemplo, costuma ser mais alto nos meses de verão, o que pode ser previsto no cálculo do valor do condomínio para esse período.
- O padrão do prédio também influi na contabilidade: em edifícios de alto padrão, as pessoas costumam viajar mais durante as férias, o que diminui despesas como luz e água, entre outras.
- É importante analisar os gastos e consumo ao longo de todos os meses nos anos anteriores para fazer uma previsão do valor do condomínio
- O aconselhável é fazer uma média aritmética para que o valor do condomínio seja igual ao longo de todo o ano.
- Todas as previsões de gastos, despesas extraordinárias e de manutenção devem constar na previsão orçamentária.
- É importante fazer uma escala de prioridades para as despesas extraordinárias;
- O rateio, tanto no caso das despesas extraordinárias como nas ordinárias, deve ser feito levando em conta o que a Convenção dispõe. Se ela silencia a respeito, a divisão deve ser feita pela fração ideal de cada apartamento, de acordo com a legislação em vigor.
- É aconselhável que, na assembleia Geral Ordinária, se deixem em aberto ajustes a serem feitos no orçamento do condomínio ao longo do ano.
Fonte: Sindiconet:http://www.sindiconet.com.br/
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